A música e o ensino da Biologia! (postado por Gabrielle Siqueira da Cunha)

Ensinar Biologia através da Música

Há uma constante interação entre a cultura e biologia, aquilo que é tido como biológico, isto é, todos os ramos da biologia, de uma forma se entrelaçam no que chamamos e vivemos como cultura.
A metodologia de ensino nas escolas inovou muito com o avanço da tecnologia, fez se necessário o uso de ferramentas mais versáteis e conteúdos mais flexíveis de acordo com a nova proposta pedagógica que se apresenta na sala de aula, o uso de artefatos culturais tornou-se cada vez mais indispensável no fenômeno “ensino-aprendizagem”. Estudos e pesquisas mostram que a aprendizagem musical contribui para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional, afetivo e, principalmente, para a construção de valores pessoais e sociais de crianças e jovens.
A música como qualquer outra arte acompanha historicamente o desenvolvimento da humanidade e pode se observar ao analisar as épocas da história, pois em cada uma, ela está sempre presente, é uma prática social, que constitui instância de socialização, sendo possível exercitar as capacidades de ouvir, compreender e respeitar o outro e é uma das formas mais interessantes para ensinar assuntos maçantes e monótonos. O educador entra numa sala de aula e se depara com uma turma desanimada, ele fala alto, gesticula, se empenha, mas nada faz com que a classe acompanhe com gosto o seu raciocínio, pensando nisso um professor de biologia do Colégio e Curso Objetivo em São Paulo transformou músicas famosas em paródias com assuntos da biologia. Constantino Carnelos começou a criar as músicas para motivar os alunos, fazer com que eles gostassem e revisassem a matéria, e observou que depois de muito tempo sem ver um conteúdo, os alunos lembravam-se dele em poucos segundos. “As letras podem ficar na memória por anos, hoje, muitos dos meus médicos são ex-alunos. Alguns deles me recebem em seus consultórios cantando as “musiquinhas” que eu os ensinei em aula", conta o professor.
Sensibilizar as pessoas utilizando a música é uma ferramenta em potencial para ensinar ciência, como qualquer outra disciplina que utilize a linguagem verbal, ajudando na divulgação e compreensão da mesma, tornando-a ainda mais humana, considerando que “Aquilo que nos chama atenção, que nos revela coisas com as quais nos identificamos ou nos “rebelamos”; que nos desperta sensações ou mesmo emoções, parece ser o que constrói nossos conhecimentos mais significativos”.
Podemos identificar a música com uma atividade lúdica ou um artefato cultural facilitador da aprendizagem, no entanto pode ser considerada como um lugar onde circulam diversas significações.
As paródias proporcionam ao educando, momentos de descontração e memorização do conteúdo proposto, a paródia “Hormônios do Corinthians”, ao mesmo tempo em que tem como harmonia o Hino do Corinthians conhecido nacionalmente, entra com a melodia de assuntos da biologia, como a produção de insulina pelo organismo humano, na conhecida “ Sinos de Belém” a relação que o autor faz entre a cultura e a biologia, resgatando um tema que é o Natal, data comemorativa conhecida mundialmente e a transformou na paródia falando sobre o encéfalo e o cérebro.
Nos casos “Metamorfose da barata” paródia de “A barata diz que tem” e “Atirei o pau no átomo” paródia de “Atirei o pau no gato” são cantigas infantis ensinadas lá na fase primária e foram transformadas num tema estudado no ensino fundamental e médio. Xuxa, Cazuza, são artistas que entram no hall de músicas convertidas em paródias para ensinar a biologia.
A música real, isto é, aquela que alguém compõe e pode ser adaptada e interpretada por outros e tem uma única e exclusiva mudança: o ritmo, esta em toda sua amplitude propicia ao aluno momentos de reflexão. Cada uma com sua letra, embalo e som pode originar a mistura de diferentes sentimentos em cada pessoa, é um caminho direto para as mais profundas emoções. Um vídeo com a música “Absurdo” de Vanessa Da Mata, convida à refletir sobre o meio ambiente, a natureza em suas belas formas que está sendo destruída pela ambição humana, esta que cada vez mais preocupada com o materialismo, o consumismo, deixando de lado as “histórias”, os “sabores”, como podemos observar na estrofe “destruição é reflexo do humano,
se a ambição desumana o Ser”. A frase “sujamos os rios dependemos da água” assimila a água como elemento da vida, isto se sabe, mas a falta de conscientização faz com que a usamos de forma descontrolada e poluímos de forma hipócrita. “Falsos bens, progresso? com a mãe ingratidão, deram o galinheiro pra raposa vigiar”, a última estrofe da música, fixa a idéia de que, o país “corre risco” de degradação ambiental, com a falta de reconhecimento e conscientização do ser humana que nele habita e o administra.
Podemos concluir que a música está ligada ao ser humano desde muito cedo e que sem ela o mundo se tornaria vazio. Na sala de aula, auxilia de forma significativa na aprendizagem, claro que, é necessário que o professor seja mediador de cultura dentro do processo educativo e saiba a importância do aprendizado através da arte. Enfim, a música é um instrumento que facilita o fenômeno ensino-aprendizagem, todavia deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.

Paródias!!!

Para a contração do mús-cu-lo
Acti-na-na
Miosi-na-na
Não encurtam-se
Só deslizam-se
Sempre com, sempre com
Grande gasto de ATP
Iááááá...”
(Paródia de “Atirei o pau no gato”)


CIRCULAÇÃO DA XUXA

Tá na hora, tá na hora
Desse sangue circular
Do ventrículo direito
Pra artéria pulmonar
Do pulmão vai prúma veia
Que também chama pulmonar
Átrio e ventrículo esquerdo
Que pra aorta vai bombear
Ilá – olá – ilariê, ar – ar – ar
É o sangue venoso
Na artéria pulmonar
Ilá – olá – ilariê, ar – ar – ar
É o sangue arterial
Indo pra veia pulmonar
Através da veia cava
Sangue pode retornar
Para o átrio direito
Pra tudo recomeçar
(paródia da música, Ilariê da Xuxa)

SINOS DE BELÉM
O encéfalo é formado
Lembre sempre bem
Pelo cérebro, cerebelo
E bulbo também
O encéfalo, junto com
Medula espinhal
Constituem o sistema nervoso central
O sistema autônomo
Tem duas divisões
Uma é o simpático
Que acelera os corações
O parassimpático
Pra contrabalançar
Faz o coração
Bater mais devagar


METAMORFOSE DA BARATA
A barata diz que tem
Metamorfose total
É mentira da barata
Ela tem é parcial
Há, há, há
Há, há, há
Ela tem é parcial


HORMÔNIOS DO CORINTHIANS (Hino)
Salve a insulina
Que o pâncreas fabrica aos montões
Se não fabrica
Diabete vem, complicações
E adrenalina
É feita na supra-renal
Tiroxina
Tireóide, bócio, iodo e sal


Letra da música: ABSURDO
(Vanessa Da Mata)

Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo

Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está

Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz


Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem de infértil deserto
Nunca pensei que chegasse aqui


Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?

Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados

Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava

Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão

Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro

Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi

Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar

Links:

Um comentário:

  1. Pessoal, coloquei os links certinho na postagem,mas por algum motivo não apareceram!!!
    então aí vai:

    http://genoma.ib.usp.br/forum/viewtopic.php?t=6
    http://www.youtube.com/watch?v=cVAXd5858uw

    (by Gabrielle)

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